A Pinot Noir é uma uva originária de Borgonha, na França. A casta é muito delicada e bem exigente com seu lugar de cultivo. Precisa de regiões com clima moderadamente fresco para amadurecer por completo. As uvas da Pinot Noir são pequenas e com casca fina. Com ela é possível elaborar vinhos tranquilos e espumantes. Vamos conhecer em detalhes como são os vinhos elaborados com a Pinot Noir!
Escrito por Paula Daidone - Sommelière e especialista em marketing de vinhosComo são os vinhos Pinot Noir?
Considerada a mais elegante de todas as uvas, os vinhos Pinot Noir são fáceis de beber, pouco tânicos e de coloração vermelho claro. Mesmo com corpo médio, são vinhos complexos e que apresentam aromas de frutas vermelhas frescas e especiarias. Com o passar dos anos ganham nuances vegetais e animais (cogumelos, folhas molhadas e caça).
Locais muito frios resultam em uma uva pouco madura e vinhos com notas excessivas de vegetais verdes. Já em regiões muito quentes, as uvas tornam-se super maduras e os vinhos perdem a delicadeza, transformando os aromas de frutas frescas em compota e geleia.
A Pinot Noir normalmente é utilizada sozinha nos tintos tranquilos, dando origem a vinhos varietais. Isso acontece tanto por conta de sua complexidade quanto pela sua sutileza, que a deixaria escondida atrás das outras uvas de um blend. Nos espumantes, a uva é muito utilizada em blends, conferindo leveza e aroma à bebida.
Espumantes de Pinot Noir
A Pinot Noir é uma uva com acidez elevada e maturação precoce, o que a torna ideal para a elaboração de espumantes. Parte de sua fama vem de Champagne, que a tem como uma das castas autorizadas para a produção de seus espumantes.
Grande parte dos vinhos espumantes são elaborados como blend, incluindo Pinot Noir e Chardonnay. Criando um equilíbrio entre acidez e corpo. O Salton Évidence Cuvée segue exatamente esse corte e é elaborado pelo método tradicional, com 2 meses de contato com borras.
Mesmo sendo uma uva tinta, é possível, a partir da Pinot Noir, fazer espumantes brancos. Para ter um líquido branco é preciso retirar as cascas das uvas no momento da vinificação, para que elas não manchem o mosto. Quando é elaborado 100% com uvas tintas e por esse processo, recebe o nome de Blanc de Noir.
Mas também encontramos exemplares elaborados exclusivamente com Pinot Noir no estilo rosé. Como é o caso do Salton Lucia Canei, produzido pelo Método Tradicional com 12 meses em contato com as leveduras nas caves.
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Harmonização: o que combina com Pinot Noir?
Por ser uma casta que origina vinhos tintos leves, a Pinot Noir é versátil e combina com uma gama grande de pratos. É ideal harmonizar com Pinot Noir receitas de textura delicada e pouco aromáticas, para não mascarar o vinho.
Vai muito bem acompanhando entradas e também no brunch, com um croque monsieur, quiche de legumes e até omelete. Por ser uma uva mais leve, combina com pratos à base de frango, carne de porco e até peixes, preferencialmente grelhados ou assados, assim como receitas vegetarianas. Pratos com legumes na brasa, cogumelos e vegetais refogados vão bem com vinhos de Pinot Noir de corpo leve como o Salton Intenso Pinot Noir.
Para acompanhar carne vermelha, é aconselhável buscar por um vinho de Pinot Noir mais estruturado. Safras mais jovens, que tenham taninos mais marcantes podem funcionar bem, principalmente com carne cozida ou na brasa. Exemplares envelhecidos ou mais robustos já aceitam um corte mais pesado e até embutidos.
A culinária francesa é o par perfeito para um vinho de Pinot Noir. Diversas receitas levam o vinho no preparo, como o Coq au Vin (galo no vinho) e o Boeuf Bourguignon (carne lentamente cozida com legumes no vinho), ambos originários da Borgonha.
Quando em espumante, a uva ganha ainda mais espaço. Pode-se harmonizar com espumante de Pinot Noir uma infinidade de receitas, desde frutos do mar até comida japonesa e feijoada. Aqui vale deixar a criatividade livre e tentar criar novas combinações.
Como servir o vinho Pinot Noir
A Pinot Noir é uma uva tão especial que ela tem uma taça própria. Denominada Borgonha, é uma taça com bojo em formato circular e uma abertura mais ampla do bocal. Esse formato permite mais contato com o ar, favorecendo a percepção dos aromas. É indicado servir vinhos de Pinot Noir entre 13 e 14°C. Caso o exemplar seja um vinho de guarda, com mais de dez anos, você pode servi-lo perto dos 15°C.
Entenda neste artigo qual a temperatura ideal de serviço para cada tipo de vinho.
História da Pinot Noir
A Pinot Noir é uma uva milenar, os primeiros registros do seu cultivo datam de cerca de 150 a.C., da época dos Gauleses. A família da Pinot Noir é composta também pela Pinot Blanc e Pinot Gris. Inclusive, acredita-se que as três sejam a mesma uva, pois dividem o mesmo DNA. Outras variedades viníferas apresentam traços do DNA da Pinot Noir, como Chardonnay, Gamay, Muscadet e Malbec.
Em 1375, a Pinot Noir chegou à região de Borgonha, na França, onde encontrou condições ideais para se desenvolver. É lá que se produz alguns dos mais conceituados vinhos de Pinot Noir do mundo, como o Romanée Conti, do Premier Cru Vosne-Romanée, cuja garrafa pode chegar a custar R$ 96 mil; e o Chambertin, do Grand Cru Gevrey-Chambertin, o preferido de Napoleão Bonaparte.
As características da Pinot Noir da Borgonha variam de acordo com o terroir da vinha. Mas no geral, são tintos de corpo médio, taninos ligeiros, acidez média/alta e sabores de frutas vermelhas (morango, cereja e framboesa) e que evoluem para sabores vegetais e herbáceos com o passar do tempo.
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Pinot Noir no Brasil
A Pinot Noir no Brasil é utilizada para varietais tintos e principalmente para corte de espumantes. Considerado um dos melhores produtores de espumantes do mundo, o Brasil tem diversos rótulos premiados elaborados com a casta, que dá textura macia e aroma de fruta vermelha à bebida. Os tintos são frutados com aromas de cereja e morango, os mais complexos exibem notas de animal e terra molhada.
Como precisa de clima mais fresco para amadurecer, a Serra Gaúcha tornou-se a casa da Pinot Noir no Brasil. Campos de Cima da Serra, no Rio Grande do Sul, é a região onde a casta se destaca, pois oferece condições climáticas ideais para seu cultivo (invernos rigorosos e verões ensolarados, mas com noites frias). São vinhos claros, delicados, com taninos macios e muito aromáticos.
A Denominação de Origem Vale dos Vinhedos e a Indicação de Procedência Pinto Bandeira permitem a casta na produção de espumantes. A IP Montes Altos utiliza em espumantes e tranquilos tintos e rosados. Também há plantação na Campanha Gaúcha, Serra do Sudeste e Planalto Catarinense.
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