Vinho equilibrado é um vinho que apresenta todas as suas características em harmonia. É um vinho em que tanino, acidez, álcool, açúcar e sabores são percebidos em conjunto, sem que um sobressaia ao outro. O equilíbrio é conseguido com uvas que atingem o ponto ideal de maturação e na vinícola, durante o processo de elaboração do vinho.
Como saber se o vinho está equilibrado
O equilíbrio do vinho é percebido através da degustação, mas também da análise química da uva. Na degustação, você deve perceber como o tanino, a acidez, o álcool e a fruta se comportam no paladar. Para isso, você deve dar um gole no vinho e passar a bebida por toda a boca antes de engolir. O tanino é percebido pela adstringência, perceba o quanto você sente sua boca secar. Depois analise a acidez, que é medida pela salivação, a fruta, que é o sabor frutado do vinho, e por último identifique o álcool, que é sentido na garganta.
Veja as diferenças entre tanino e acidez
Em um vinho equilibrado, ao primeiro gole você deve sentir sua boca secar, com o tanino, ao mesmo tempo que sente ser lubrificada, pela acidez, e sentir concentração de sabor frutado. Quando engolir o vinho, você sentirá o líquido descer pela garganta com delicadeza, sem o álcool queimar ou aquecê-la em excesso. Se você perceber que o vinho se comporta dessa forma, então você tem um exemplar equilibrado na taça.
Caso você sinta que sua boca continua seca, pois a salivação que o vinho gerou não foi suficiente, ou então sente a bebida descer pela garganta queimando, provavelmente, o vinho está desequilibrado. O desequilíbrio pode ser causado por algum processo que tenha saído do eixo na vinificação ou então porque a uva utilizada não estava no ponto de maturação correto.
Equilíbrio na uva
Para que um vinho seja equilibrado e de qualidade, é necessário ser elaborado com uvas saudáveis e maduras. Decidir quando colher as uvas é uma etapa crucial na elaboração do vinho e só deve ser concluída quando os açúcares e os ácidos naturais da uva estiverem em perfeita harmonia.
À medida que a porcentagem de açúcar na polpa da uva aumenta, os níveis de ácido diminuem. É importantíssimo acompanhar essa evolução para que a uva não tenha acidez ou açúcar em excesso. Um dos componentes em quantidade superior pode causar um desequilíbrio.
Quer saber como identificar um defeito no vinho?
A acidez é um elemento de extrema importância para o vinho, é ela que dá vivacidade e frescor à bebida. Sem acidez, o vinho fica plano e monótono, parecendo que está choco. Além de perder a longevidade. Como vimos anteriormente, a acidez é percebida na degustação através da salivação. Quanto mais saliva, mais ácido o vinho. A acidez em excesso pode deixar o vinho desagradável, com um sabor amargo e enrugar os lábios.
As regiões de clima frio tendem a produzir vinhos com maior acidez, pois o grau de maturação que as uvas atingem não é tão alto quanto nas regiões mais quentes. Já regiões quentes e ensolaradas geram uvas com alto teor de açúcar e baixa acidez. O principal papel do açúcar é ser convertido em álcool pelas leveduras durante a fermentação.
Tanino é outra substância natural da uva. São polifenóis presentes na casca da uva e nos engaços do cacho, responsáveis pela adstringência, a sensação de boca seca. Vinho sem tanino tem menos cor e menos potencial de envelhecimento. Taninos demasiados deixam a boca ressecada. A concentração de fruta dá estrutura e sabor ao vinho e, portanto, é fundamental para equilibrar todos os componentes. Se não houver concentração suficiente de fruta, o vinho terá um sabor fraco.
Degustação de vinhos: passo a passo para uma experiência incrível
Todos esses elementos precisam estar em equilíbrio na casta ainda na videira. Através de análises químicas recorrentes, o viticultor e o enólogo conseguem identificar o momento em que todos os componentes chegam no ponto ideal e então definem a data da colheita. Cada variedade tem o seu tempo de maturação específico. Há uvas precoces, como a Pinot Noir, uvas de maturação intermediária, como a Merlot e Malbec, e uvas tardias, como a Cabernet Sauvignon.
Conheça os tipos de uva
É muito importante monitorar o clima durante o período da colheita. Caso chova, a uva pode ficar encharcada e isso faz com que as características sejam diluídas. A concentração de fruta e de açúcar podem ser muito prejudicadas. Uma uva encharcada pode dar origem a um vinho aguado.
Qual vinho é o mais equilibrado
Não há uma resposta única para essa questão. O equilíbrio do vinho depende do enólogo. Ele é o grande responsável por definir o momento da colheita, escolher as uvas e as técnicas que irá utilizar na elaboração para chegar em uma bebida equilibrada.
No geral, os vinhos de corte tendem a ser mais equilibrados, pois o enólogo pode misturar variedades de uva para chegar no resultado pretendido. O enólogo precisa estar muito atento ao processo, para identificar qual uva e em qual quantidade estará presente na mistura, pois é justamente a dosagem de cada castas que dará equilíbrio ao vinho.
Veja quais as diferenças entre vinho varietal e vinho de corte
O vinho varietal, elaborado com apenas uma variedade, é um grande desafio para o enólogo, pois ele depende totalmente da natureza para que a fruta atinja os níveis ideais. Alguns países do mundo, como o Brasil, permitem a utilização de uma pequena quantidade de outras cepas, para que assim, o enólogo possa "corrigir" o vinho caso ocorra algum imprevisto na vinha ou alguma intempérie climática.
Agora que você já sabe o que é um vinho equilibrado, entenda também o que são os vinhos tranquilos e quais seus tipos, no blog da Salton.