Como a viticultura responsável da Salton é parceira na preservação da fauna da Campanha Gaúcha
Para a viticultura ser sustentável, a preservação da fauna e da flora local precisa ocorrer de maneira responsável. É com esse norte de trabalho que a Salton atua nos seus vinhedos próprios, localizados na Azienda Domenico, em Santana do Livramento, na Campanha Gaúcha. Nos últimos anos, a vinícola tem desenvolvido pesquisas científicas para mapear os seus processos produtivos e elaborar medidas de proteção para a fauna e para a flora da região.
A Salton acredita que a ciência proporciona aprofundamentos na compreensão dos biomas, além de ampliar os conhecimentos sobre o manejo de precisão. Os estudos também ajudam na implementação de tecnologias, na otimização de processos produtivos e impactam no desenvolvimento social. “Por meio do apoio às universidades, conseguimos ainda avançar em pesquisas de manejo sustentável de macro e micro nutrientes, amplificando o conhecimento que até então tínhamos”, avalia Maurício Salton, diretor-presidente da vinícola.
Um dos movimentos nesse sentido de preservação ambiente ocorreu em 2022, quando a Salton realizou o primeiro levantamento pedagógico da fauna silvestre na Azienda Domenico. O estudo tinha como objetivo identificar os animais que vivem no entorno das videiras e nas áreas de preservação da empresa. O levantamento rendeu um registro histórico para a catalogação de animais que vivem no Pampa gaúcho, pois a equipe fotografou um felino exclusivo do Pampa e que está ameaçado em extinção: o gato-palheiro-pampeano (Leopardus munoai).
Considerado uma espécie endêmica do bioma pampa, o gato-palheiro-pampeano perdeu mais de 80% do seu habitat para a agricultura, especialmente para a criação de gado e plantio de soja, e é considerado um dos felinos mais ameaçados de extinção em todo o planeta. Depois desse registro histórico, já em 2023, a Salton abriu as portas da Azienda Domenico para o desenvolvimento da “Pesquisa e conservação do gato-palheiro-pampeano (leopardos munoai)”, conduzida pelos profissionais técnicos Felipe Bortolotto Peters (biólogo) e Gustavo Arruda (ecólogo).
Na pesquisa conduzida por esses profissionais, foram instaladas armadilhas fotográficas na propriedade para registros da fauna. Em análise preliminar, mais de 15 espécies diferentes foram avistadas, como graxaim-do-campo, veado-catingueiro, lebre, graxaim-do-mato e zorrilho. O gato-palheiro-pampeano, protagonista da pesquisa, também apareceu novamente.
A presença de um animal ameaçado em extinção é um indicador claro da qualidade do ambiente em que ele está inserido, avaliam os estudiosos. “O fato do animal estar correndo vivo lá e aparentemente residente, vivendo com essa proximidade com a vinícola, é sinal de que o manejo feito pelo vinhedo não está impactando negativamente na população desse bicho, ao contrário do que acontece com outras culturas. Os registros demonstram que a propriedade dispõe de ambientes originalmente campestres, com campos íntegros, que é um ambiente raro no Pampa. Além disso, deixa claro a preocupação da vinícola em manter estes campos e denota a qualidade das áreas”, avaliou o biólogo Peters, na ocasião em que surgiram os registros do gato-palheiro-pampeano na Azienda Domenico.
Ainda conforme Peters, a presença do animal deve ser celebrada dentro de um contexto ainda maior, já que é também um indicativo de que espécies que estão abaixo dele - consideradas presas, por exemplo - também estão sendo conservadas neste espaço. A presença do gato-palheiro-pampeano, portanto, é um sinal positivo da presença e conservação da fauna e flora nesta região.
Os resultados que detalham essas iniciativas estão presentes na segunda edição do Relatório de Sustentabilidade da Vinícola Salton, divulgado em maio.